Entendendo a Diferença entre Renda e Dinheiro
O equilíbrio financeiro é algo que muitos buscam, seja através de um planejamento financeiro para reduzir gastos e ter uma visão clara das próprias finanças pessoais. No entanto, aqui vamos abordar não apenas o planejamento financeiro para quem ganha pouco, mas também a mentalidade financeira necessária para alcançar esse equilíbrio.
Uma das primeiras grandes diferenças que precisamos entender é a distinção entre ter dinheiro e ter renda. Pode parecer algo muito similar, mas a forma como enxergamos essa diferença é fundamental para atingir a estabilidade financeira.
Quando recebemos nosso salário mensal, temos uma renda, por exemplo, R$ 2.000. Porém, isso não significa que temos esses R$ 2.000 realmente disponíveis, pois teremos gastos com alimentação, contas de água, luz, aluguel, transporte, entre outros. Essa diferença entre renda e dinheiro é algo que a maioria das pessoas não compreende, pensando que, como o dinheiro caiu em sua conta, pode usá-lo para qualquer coisa que desejar.
O problema surge quando essa falta de entendimento leva a dificuldades financeiras, pois as pessoas acabam gastando mais do que têm, recorrendo a empréstimos ou cartões de crédito para complementar sua renda.
Enxergando o Dinheiro como Patrimônio Pessoal
Uma das frases que mais gosto é: “Se você vê o dinheiro apenas como meio de troca, nunca terá dinheiro de fato.” Isso significa que é preciso entender o dinheiro não apenas como uma forma de adquirir bens e serviços, mas também como uma parte do seu patrimônio pessoal.
Imagine que você receba uma herança de R$ 30.000. Sem educação financeira, provavelmente você pensará em comprar o que deseja, como um carro novo ou fazer viagens. Dessa forma, rapidamente esse dinheiro se transformará em “não ter mais dinheiro”.
A chave está em enxergar o dinheiro não apenas como um meio de troca, mas também como uma semente a ser plantada, que irá gerar frutos com o passar do tempo. Cada economia que você faz deve ser vista como uma parte do seu patrimônio pessoal, que pode ser investida e fazer esse montante crescer através de aportes regulares e juros compostos.
Viver Abaixo do Próprio Salário
Um princípio fundamental da educação financeira é nunca viver no mesmo degrau do seu salário. Por exemplo, se você ganha R$ 3.000, não deve viver no degrau de R$ 3.000, mas sim em um degrau inferior, como R$ 2.500. Dessa forma, você terá um excedente todos os meses que poderá ser destinado à poupança e investimentos.
Essa prática de viver abaixo do próprio salário é essencial para não gastar tudo o que você ganha e ter um dinheiro extra todos os meses. Lembre-se, a renda é o fluxo, como a água saindo da torneira, mas se essa água cai em um balde furado, toda ela irá embora. É exatamente isso que acontece financeiramente com alguém que ganha e gasta tudo o que recebe.
Aumentando a Renda e Investindo
Agora, você pode estar se perguntando: “Tudo bem, entendi a teoria, mas na prática é bem mais difícil.” E você está certo. Socialmente, é comum ver amigos financiando carros, viajando e gastando, o que pode gerar uma pressão para que você faça o mesmo.
No entanto, é importante lembrar que não é errado gastar dinheiro, mas sim gastar o dinheiro que você não tem. Se você não tem condições de comprar um carro à vista, não o faça, pois isso irá gerar um desequilíbrio financeiro muito maior no futuro.
Para quem ganha pouco, é fundamental focar não apenas na educação financeira, mas também no aumento da própria renda. Mesmo que você consiga poupar apenas R$ 100 por mês, esse dinheiro pode ser investido em um curso de qualificação ou em um negócio próprio, visando aumentar sua renda mensal.
Quanto maior for sua renda, maior será sua capacidade de poupar e, consequentemente, maior será o montante que você poderá investir ao longo do tempo.
O Controle Financeiro e a Reserva de Emergência
Agora que você entendeu a diferença entre ter dinheiro e ter renda, e a importância de enxergar o dinheiro como patrimônio pessoal, é hora de focar no controle financeiro.
O primeiro passo é ter em mente ou anotar uma média do quanto você ganha e quanto gasta mensalmente, entendendo a entrada e saída de dinheiro. Isso irá lhe dar uma base para colocar em prática o ato de viver um degrau abaixo do seu salário.
Se você tiver dívidas a pagar, pode seguir a mesma estratégia, mas ao invés de poupar, usar o excedente para quitar essas dívidas o mais rápido possível. Quanto maior a parcela paga, mais rápido você conseguirá se livrar delas.
A Importância da Reserva de Emergência
Agora que você tem a consciência financeira e o controle das suas finanças, é hora de iniciar a formação da sua reserva de emergência. Essa reserva é de extrema importância para alcançar o equilíbrio financeiro.
Imagine que você tem um padrão de vida em que gasta R$ 3.000 por mês e ganha R$ 3.000 por mês. Nesse caso, você tem renda, mas não tem dinheiro, pois no final do mês estará zerado, sem nenhum valor que ficou com você. Se você for demitido ou atrasado no salário, estará em uma situação desesperadora, sem nada para pagar suas contas.
Agora, imagine que você ganha R$ 3.000 por mês, mas gasta apenas R$ 2.500, utilizando os R$ 500 restantes para investir na sua reserva de emergência. Em 10 meses, você terá acumulado R$ 5.000 nessa reserva, sem contar os juros que irá ganhar ao investir esse dinheiro.
Essa reserva de emergência servirá como um amparo em momentos de crise, garantindo sua tranquilidade financeira. É o primeiro investimento que todos deveriam fazer, pois com ela formada, você atingirá o tão desejado equilíbrio financeiro.
Então, não tenha dúvidas: a reserva de emergência é fundamental para alcançar a estabilidade financeira que tanto buscamos. Invista nela e você verá os frutos dessa semente plantada.
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